“Acredito que neste momento tão delicado da nossa história seja importante exercermos ainda mais nossa cidadania, generosidade e espírito de comunidade e com certeza vale a pena contribuir para essas iniciativas que são necessárias”, escreve Maria Gal
Recentemente saiu uma pesquisa que apesar do Covid-19 ser uma doença não seletiva, nos EUA negros apesar de serem minoria, são muito mais afetados que pessoas brancas. Coronavírus é mais letal entre negros no Brasil, apontam dados da Saúde. Negros são 1 em cada 4 hospitalizados por Covid-19, mas 1 em cada 3 mortos. São 23.1% dos contaminados mas 32% das vítimas fatais, enquanto entre pessoas brancas o índice entre contaminação e letalidade diminui, como noticiado nos jornais Folha de S.Paulo e Estadão.
Todos sabem que tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil as pessoas negras são as que mais residem em periferias e comunidades e têm menos acesso ao saneamento básico. Além disso, são os mais propensos a terem doenças crônicas como pressão alta (eu mesma tenho), diabetes, doenças cardíacas e pulmonares. Sem falar que os negros tem mais profissões que estão na base da pirâmide social, com mais acesso direto com público como por exemplo motoristas de ônibus, feirantes etc.
Porém infelizmente no Brasil o governo ainda não está colhendo esses dados, que são de extrema importância. Dentro de todo esse contexto vejo surgir ações importantes em busca de diminuir essa desigualdade social, já que a ajuda do governo tarda a chegar.
Ações como por exemplo da instituição Gerando Falções que está trabalhando como ponte, através de uma rede com as ONGs conveniadas, enviando cestas básicas digitais para eles distribuírem as famílias mais vulneráveis.
Para diminuir o risco de contágio e conseguir escalar essa iniciativa mais rapidamente, eles vão levar cartões que possam ser usados como alimentação e refeição para as pessoas montarem as suas cestas de necessidades básicas.
Assim elas terão como manter o isolamento social, achatar a curva de disseminação do vírus e garantir a alimentação e higiene de suas famílias nos próximos 3 meses. Para contribuir acesse: https://gerandofalcoes.com/coronanoparedao
Há também a campanha da ONG Ajude o Pequeno. Feita por voluntários que se uniram com o intuito de ajudar os empreendedores do nosso País, que neste momento estão se vendo sem saída para continuar com os seus negócios frente a crise desencadeada pela Covid-19. São mais de 300 pessoas dentre voluntários, parceiros e grandes profissionais que uniram as suas forças para mudar o cenário de incertezas do Seu José, da padaria, da Dona Ana, da banca de frutas e tantos outros que nos atendem com aquele sorriso de orelha a orelha, todos os dias, mas que agora tem os seus negócios ameaçados de fecharem as portas.
Com mais de 1.000 inscritos em menos de 1 semana desde que colocaram em prática a ideia de Wesley Barbosa, esses voluntários estão construindo o institucional.ajudeopequeno.org, um marketplace onde o empreendedor poderá ter a sua própria loja virtual, com acesso a um ambiente educacional com videoaulas que ensinarão, dentre outras técnicas, sobre os nosso pilares: higienização, delivery, marketing digital, saúde e gestão de crise. A inscrição, o serviço de delivery e todas as funcionalidades da plataforma são gratuitos e o empreendedor terá suporte desde a criação do e-commerce até o aprendizado sobre como proceder frente ao cenário da pandemia, tomando as devidas medidas de prevenção para si mesmo, para o seus clientes e as pessoas que o rodeiam. Para contribuir acesse: www. institucional.ajudeopequeno.org
Outra iniciativa muito importante é do Gilson Rodrigues. À frente da associação de moradores da comunidade de Paraisópolis, ele administra a campanha: Apoie Paraisópolis a Combater o Corona. Nas comunidades, onde a quarentena é um desafio devido a grande aglomeração de pessoas, os moradores ficam ainda mais expostos ao risco de se contaminar com o vírus. A construção das moradias, além das famílias que vivem em locais com poucos cômodos, pode ser uma das principais causas responsáveis pelo aumento de casos de COVID-19 entre a população vulnerável.
A grande questão é que a situação nas favelas não se trata apenas de saúde pública, mas também de assistência social. Diante disso, é urgente apoiar os moradores mais necessitados destas comunidades, com kits de higiene, mantimentos e outras necessidades para esse período incerto que todos vamos enfrentar.
O valor arrecadado será utilizado para fomentar o empreendedorismo local, ajudar os moradores em condição de vulnerabilidade (que perderam o emprego e não possuem meios de subsistência), para aluguel de casa para montagem de um hospital de campana, compra de alimentos e montagem de marmitas. Alé de água, colchões, UTI móvel e contratação de transportes e profissionais da saúde Para ajudar acesse esse site.
Acredito que neste momento tão delicado da nossa história seja importante exercermos ainda mais nossa cidadania, generosidade e espírito de comunidade e com certeza vale a pena contribuir para essas iniciativas que são necessárias.
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